Trata-se de um animal de pequena estatura - 1,32 m em média -, cor castanha, membros robustos e curtos, perfil côncavo e pescoço grosso adornado frequentemente de uma densa crina.
No Inverno, quando o frio aperta, veste-se de forte pelagem.
Parente próximo dos póneis da Europa do Norte, o garrano galiziano adaptou-se às regiões montanhosas húmidas e frias, tendo evoluído ao sabor do avanço e do recuo dos glaciares do Paleolítico Médio.
Distribui-se este solípede pela região Norte e em especial pelas montanhas do Minho e do Noroeste de Trás-os-Montes alcançando as Astúrias através da Galiza. É, pois, um animal característico do Nodeste Ibérico, muito apreciado pela sua resistência e constituindo enormes manadas sobretudo na vizinha Galiza, onde são apascentados, tal como em Portugal, no baldio.
Como vive o garrano bravio? Pela sua rusticidade, o garrano bravio encontra-se profundamente ligado e adaptado ao meio que o rodeia.
Do comportamento destacam-se as seguintes facetas: no período do cio as fêmeas acompanham permanentemente o garanhão que procura manter a todo o custo a coesão do grupo.
Época de combates, os machos enfrentam-se lutando a coice e à dentada pela posse do harém e sofrendo com isso, por vezes, ferimentos de certa monta.
Como qualquer mãe, as garranas olham pelos filhos, os potros, com um carinho extremo. De referir o sistema defensivo "em círculo" frente ao lobo, com as garupas para fora e as crias no interior, defendendo-os a coice, se necessário. Ainda assim registe-se uma certa mortalidade frente ao lobo, sobretudo entre animais velhos e doentes e também entre algumas crias mais desprevenidas.